Mais um dia passado no tribunal. E quando digo "dia", quero mesmo usar o substantivo "dia" e não a expressão "e mais umas horitas passadas na Casa da Justiça" (outro nome que deve ser piada).
Seria de pensar que os adultos tivessem juízo. Pois seria. Mas não, não têm. Tenho para mim que todo o adulto gosta de fazer um certo número de idiotices pela sua vida adulta e que, passado esse limite, já não faz uma asneira mas faz merda da grande e pronto, lá temos nós que levar com esa gente no tribunal. Porque se ninguém fizer merda eu não tenho emprego.
Já antes falei de algumas peripécias a que assisti nesse ilustre local. Aliás, ainda hoje, a minha querida Alguém escreveu de forma brilhante um texto (que se pode ler clicando aqui) e que relata fielmente o que se disse numa audiência:
Juiz: - Como é que sabe que o carro esteve parado?
Jovem, futuro residente prisional: - Porque eu sei que ele esteve parado!
Juiz com muita paciência: - Mas como é que sabe que ele esteve parado?
Jovem com futuras tatuagens a dizer "Amo-te mãe": - Eu sei porque o comprei na França!
(vale a pena visitar e ler o texto integral)
Hoje o tema era outro. Não era sobre carros. Não. Era sobre duas famílias que se lembraram de, num domingo à tarde, irem para a Junta de Freguesia bater uns nos outros. É giro! E é compreensível! Caramba, não dava futebol! E ainda por cima não havia nada de interessante para fazer naquela terriola! Aliás, um dos senhores até estava a dormir e lembrou-se que era boa ideia ir àquela hora para a Junta, porque podia ser que se passasse qualquer coisa de interessante. E passava! Passavam os punhos do primo pela cabeça do tio da família rival!
Mas não se faça mau juízo daquela gente. Não era pelo prazer de bater. Em prol da verdade, aquilo era melhor do que a novela, porque depois foram lá as comadres com os filhos assistir.
Foi pancadaria para os 2 lados e pronto, depois vem tudo para o tribunal. É uma espécie de 2ª temporada da série "Distúrbios na aldeia". Só faltava mesmo que um filho da família A se apaixonasse por uma filha da família B e era uma novela da TVI. Ah, e que essa novela tivesse o nome tirado de uma música portuguesa, claro.
Giro também foi a pergunta da Juíza, para uma senhora que tinha levado pontapés na barriga: "E a senhora ficou satisfeita com a situação?". Oh meretíssima, então não? A mulher deu pulos de alegria e exclamou: "isto é melhor do que um cornetto de morango! Ora dá-me lá mais que eu não me canso!"
Mas não era só a Juíza que tinha o direito de dizer coisas parvas! Não, que o tribunal daqui é muito imparcial, os arguidos também podem ser idiotas! Sim, podem! E podem responder brilhantemente à pergunta "E onde é que isso foi?" com "Ora, foi precisamente no local onde aconteceu!"
Bem sei que tenho pouca experiência nestas andanças. Eu sei que tenho. Mas tenho para mim que, virar-se para uma juíza bastante severa e feminista (e cabra, vá) quando se é arguido e responder à pergunta "Porque é que a sua mulher trabalha na sua empresa, no mesmo cargo que o senhor e ganha menos?"(feita pela juíza), com um "Oh, porque as mulheres trabalham menos que os homens" não foi a melhor maneira de contribuir para a sua absolvição, meu senhor!
E acho ainda que acrescentar "Eu tenho imenso prazer em compensar a minha mulher por essas coisas" quando a juíza perguntou se ele trabalhava tanto que compensava ainda as horas que a mulher trabalhava em casa a cuidar da mesma e dos filhos terá ainda arruinado as hipóteses de recurso... Mas isso sou eu...
Seria de pensar que os adultos tivessem juízo. Pois seria. Mas não, não têm. Tenho para mim que todo o adulto gosta de fazer um certo número de idiotices pela sua vida adulta e que, passado esse limite, já não faz uma asneira mas faz merda da grande e pronto, lá temos nós que levar com esa gente no tribunal. Porque se ninguém fizer merda eu não tenho emprego.
Já antes falei de algumas peripécias a que assisti nesse ilustre local. Aliás, ainda hoje, a minha querida Alguém escreveu de forma brilhante um texto (que se pode ler clicando aqui) e que relata fielmente o que se disse numa audiência:
Juiz: - Como é que sabe que o carro esteve parado?
Jovem, futuro residente prisional: - Porque eu sei que ele esteve parado!
Juiz com muita paciência: - Mas como é que sabe que ele esteve parado?
Jovem com futuras tatuagens a dizer "Amo-te mãe": - Eu sei porque o comprei na França!
(vale a pena visitar e ler o texto integral)
Hoje o tema era outro. Não era sobre carros. Não. Era sobre duas famílias que se lembraram de, num domingo à tarde, irem para a Junta de Freguesia bater uns nos outros. É giro! E é compreensível! Caramba, não dava futebol! E ainda por cima não havia nada de interessante para fazer naquela terriola! Aliás, um dos senhores até estava a dormir e lembrou-se que era boa ideia ir àquela hora para a Junta, porque podia ser que se passasse qualquer coisa de interessante. E passava! Passavam os punhos do primo pela cabeça do tio da família rival!
Mas não se faça mau juízo daquela gente. Não era pelo prazer de bater. Em prol da verdade, aquilo era melhor do que a novela, porque depois foram lá as comadres com os filhos assistir.
Foi pancadaria para os 2 lados e pronto, depois vem tudo para o tribunal. É uma espécie de 2ª temporada da série "Distúrbios na aldeia". Só faltava mesmo que um filho da família A se apaixonasse por uma filha da família B e era uma novela da TVI. Ah, e que essa novela tivesse o nome tirado de uma música portuguesa, claro.
Giro também foi a pergunta da Juíza, para uma senhora que tinha levado pontapés na barriga: "E a senhora ficou satisfeita com a situação?". Oh meretíssima, então não? A mulher deu pulos de alegria e exclamou: "isto é melhor do que um cornetto de morango! Ora dá-me lá mais que eu não me canso!"
Mas não era só a Juíza que tinha o direito de dizer coisas parvas! Não, que o tribunal daqui é muito imparcial, os arguidos também podem ser idiotas! Sim, podem! E podem responder brilhantemente à pergunta "E onde é que isso foi?" com "Ora, foi precisamente no local onde aconteceu!"
Bem sei que tenho pouca experiência nestas andanças. Eu sei que tenho. Mas tenho para mim que, virar-se para uma juíza bastante severa e feminista (e cabra, vá) quando se é arguido e responder à pergunta "Porque é que a sua mulher trabalha na sua empresa, no mesmo cargo que o senhor e ganha menos?"(feita pela juíza), com um "Oh, porque as mulheres trabalham menos que os homens" não foi a melhor maneira de contribuir para a sua absolvição, meu senhor!
E acho ainda que acrescentar "Eu tenho imenso prazer em compensar a minha mulher por essas coisas" quando a juíza perguntou se ele trabalhava tanto que compensava ainda as horas que a mulher trabalhava em casa a cuidar da mesma e dos filhos terá ainda arruinado as hipóteses de recurso... Mas isso sou eu...
23 comentários:
Eu NÃO acredito que perdi um dia de cinema gratuito! E o filme era cómico!!! pah!
Parece que te divertiste e aprendeste algo útil para fazer quando estiveres aborrecida: ir até à junta da tua freguesia assistir ou andar à porrada! Ou então, assistir a sessões no tribunal! ihihih
Mutíssississimo bom o teu texto! Mesmo! Ah, e vou querer promenores! :-P
Já agora, obrigadíssima pela referência ao meu textinho :-)
Beijinho grande
Afinal aquelas historias do "juiz decide" não eram 100% falsas ou tiradas da imaginação dos autores... ai.. que Deus te abençoe a vocação e a paciencia :)
Beijo meu ♥,
A Elite
LOOOOL!
Oh pá, e eu que me vim embora... :P :P
O post está excelente, como sempre... =D
Menina Saltinhos ouvi dizer que Cornettos de Morango pode fazer mal...
Eu é mais de nata...
Beijinho
Grizei!!!!Demais!ehehehhehe
(creio que no passado sábado e na SIC passou uma reportagem de um velhote que desde que é reformado, e vai para 18 anos, passa os dias a assistir a julgamentos na Boa Hora em Lisboa. Quando, no decorrer do noticiário, anunciaram a reportagem pensei para mim :"Este velho não joga com o baralho todo!". Depois percebi que um dia no tribunal é de facto muito mais divertido que olhar as garinhas sentado num banco de jardim)
E este relato é exemplo disso.
LOL!
E vou eu assistir a aulas dadas por fanhosos em vez de vos fazer companhia num dia como esse. Estou desolado.
Saltinhos,
Deliciosos estes extratos.. eheheheh
Eu gostava mesmo de lá estar.
Vou contar aqui uma história, que me foi contada por um advogado já com 80 anos, passada com ele em tribunal
Um senhor que era guardador de bois e vacas, respondia em tribunal por um processo posto pelo patrão pelo facto de, num trajecto da herdade para a feira da localidade onde os aniais seriam vendidos, o guardador ter deixado fugir um animal, tendo este partido uma haste, desvalorizando-se por isso para o mercado.
Depois d feita a acusação, o juíz perguntou ao guardador o que teria a dizer em sua defesa. respondeu o pobre senhor:
- Eu não tenho culpa, Sr. Dr. Juíz. Veja bem. Imagine o Sr. Dr. Juiz que era o boi. Picava-lhe a mosca. Desatava a fugir. Batia com os cornos numa árvore. Partia um corno. Ora diga-me lá, que culpa é que eu tinha???
lol
Tretices em julgamento para ti.
Mas que maravilha LOL!!! está divino este teu post, isto realmente é muito melhor que qualquer novela :)
E este ultimo é uma perola :)
Beijokinhas
oh meus senhores! tens a certeza que não entraste na tal novela da TVI? não eram os apanhados?
Depois de tudo o que se passou comigo acredito piamente, estamos rodeados de anormai....
Ai que tu queres mesmo dar-me achas para a minha fogueira de "detesto advogados e juízes"!!! :-)
LINDOOOOO!!!
O meu estágio foi feito em bairros sociais. O que tive de aturar de histórias de vizinhos que não lembra a ninguém e dp ia tudo parar à policia.. Enfim... Comprimidos de paciência.. paletes deles!:)
*BJS*
É uma aventura ser advogada ;) heheheheheh, posso ser tua secretaria?
Beijinhos
Sónia
eu escaco-me a rir com estas cenas de "apanhados da vida real" juro
kakakakakakakakaka
beijo
Tu realmente deves presenciar as situações mais hilariantes por esses tribunais fora... Aconselho-te a escreveres um livro! Eu compro, garantidamente! ;)
Bjinhos
Alguém: ainda temos imeeensas "sessões de cinema" destas para ir! :)
_+*A Elite in Paris*+_: obrigada querida! Bem vou precisar!
Ninja!: :) Da próxima ficas!
PavlovDoorman: ai é? ainda vou a tempo de mudar para chocolate? :)
Jorge Rita: LOL! Muito obrigada pelas visitas! :) E sim, é bem interessante ir a alguns julgamentos!
L!NGU@$ : da próxima vamos os 2 munidos de gomas!
Tretoso Mor: essa história é hilariante! E fascinante! Tu arranjas cada história para contar que é um mimo! Beijocas!
Minhoca: obrigada querida! Obrigada por tantos elogios! Mas o mérito é daquelas peças que me fazem perder tempo no tribunal! Beijinho!
Feitiozinho: eu bem queria que fosse novela mas não... É mesmo verdadinha...
GATA: querer não quero, mas parece que te estou a ajudar nesse sentido! ;p
Miss Kitty: UI! que cena! O teu estágio foi bem pior que o meu então! ;p beijocas!!!
Anjo De Cor: claro que podes! Mas se continuares a vir aqui lês as partes mais engraçadas da minha profissão e evitas as chatas! ;p Beijinho!
maria qualquer coisa: ainda bem, espero que tenhas gostado! Beijinhos!!!
Pedro Barata: Oh! Muito obrigada! ;p
Eu vou continuar a partilhar as minhas experiências então! :) Beijinhos!
Também comprava, a sério! Este país realmente proporciona situações muito rebuscadas....
Que grande salganhada...
Há que ter um estômago para aguentar isso!
Mmmmm... e ainda não desististe de ser advogada? Miúda, louvo-te a paciência!
Para a semana podemos muito bem tirar um diazinho e ir, novamente... sim? sim? sim?
Mas só aos de penal, pode ser?
E combinamos todos e cada um leva um saquinho diferente de gomas... Para irmos variando... Sim?
ihihihih
Para a semana podemos muito bem tirar um diazinho e ir, novamente... sim? sim? sim?
Mas só aos de penal, pode ser?
E combinamos todos e cada um leva um saquinho diferente de gomas... Para irmos variando... Sim?
ihihihih
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